quarta-feira, 14 de março de 2012

E se fosse um menino?

Cheguei em casa ontem e ela estava deitadinha na minha cama.
Dormindo...
Era eu em miniatura. Dorme do mesmo jeito que eu durmo.
Sabe quando a gente deita de lado, abraçada a um travesseiro?
E eu não ensinei isso a ela! 
É maravilhoso ver uma pessoinha tão "chica" e já tão linda por dentro e por fora.
E pensar que eu não queria ser mãe de uma menina...
Apesar de amar ser mulher não me encanto muito com o nosso universo.
Acho as mulheres competitivas demais entre si, sem necessidade, nem sempre verdadeiras.
Invejosas.
Prefiro a praticidade masculina e a lealdade entre eles.
Sempre tive muitos amigos homens por causa disso.
Então, eu queria um filho homem!
Mais simples, mais fácil de me relacionar. Um mundo menos complexo.
Aos dois meses de gravidez sonhei com a Giovana e comecei a me preparar: "Meu Deus, será uma menina!"
Ela vai ser chata? Vai implicar comigo? Vai competir comigo?
E ela nasce doce...encantadora...
Quem a conhece se surpreende com tanta meiguice.
Ela não é moleca como a mãe dela, indisciplinada, rebelde.
Giovana é sempre politicamente correta, educadíssima. Sorridente e carinhosa, muito carinhosa.
Me chama a atenção quando não coloco o cinto de segurança nela, quando sento no chão, quando ouço música alta ou me atraso para levá-la a escola...e dá risada das minhas palhaçadas.
Me observa o tempo todo, como se cuidasse de mim.
Me conhece só de olhar. Sabe o que sinto e o que estou pensando.
Somos filha e mãe. Às vezes com os papéis invertidos.
A médica durante o meu pré-natal já tinha me avisado: "essa menina vem para te consertar".
Ela deve ser bruxa!
Giovana veio mudar a minha vida. Não só porque é minha filha mas porque ela é mulher.
Descobri hoje que EU é que não queria ninguém para competir comigo.
Não queria ninguém para mexer "no meu reinado".
E percebo a sabedoria divina aí: o ser que eu mais vou amar em toda a minha vida é uma mulher, completamente diferente de mim.
E se fosse um menino?
Se fosse um menino eu não teria aprendido tanto, não teria brincado tanto e me divertido tanto...
Nada melhor do que uma mulher para compreender a outra...


4 comentários:

  1. Fabíola vou arriscar, ousar um conselho: não dê essa análise por encerrada.rsrs A rivalidade ainda pode e deve se acirrar, apesar da sua aparente pré-disposição em ceder. E tem um fator pra lá de significante que não foi citado por você: a disputa pelo amor, atenção do pai (dela). Nesse caso específico a rivalidade é inevitável.

    Mas isso é papo pra render com um especialista. Eu sou só um curioso e leitor de suas corajosas confissões. Tomara que continue justificando o título do blog e falando muito. rs

    Beijão!

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  4. Muito legal tudo que escreveu. Lindo. Tudo verdade da parte sobre ela, sobre a doçura, a meiguice, a inteligência. Só é importante lembrar que ela não é somente resultado da convivência contigo, e sim com o mundo, com todas as pessoas em volta, e um espelho também do pai dela. E isso fica muito nítido a cada dia, mais e mais. Mas suas palavras emocionam mesmo. Muito bom. Bj.

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