terça-feira, 19 de agosto de 2014

Até que a morte nos separe

Tenho ultimamente pensado bastante no tema.
O acidente fatal do candidato, vários autores queridos que se foram e uma pergunta angustiante no fim de semana:  você tem medo de que.
Rapidamente respondi: de nada.
Claro que falei sem pensar.
Tenho pavor de que algo aconteça a minha filha e tenho medo do que um estupro pode causar na minha cabeça...
Mas a morte.... não... a morte não entra nesta lista...
Sinceramente, não tenho nenhum medo de morrer.
Por fé, religião, convicção...não sei...
Fato é: este medo não me pertence.
Pra instigar ainda mais os meus dias desta semana, acabo de ler Elaine Brum que diz "o drama de quem alcançou a promessa de uma vida longa é a solidão de estar vivo numa vida que já morreu".
Taí outro medo que tenho.
Morrer antes de morrer.
Perder o sentido e o prazer de estar aqui.
Nunca (até hoje) fiquei pra ver a luz ser apagada. Eu saio antes. Pra não perder o sentido.
Imagine ficar em uma sala sem luz... sozinha... sem conseguir imaginar onde está a saída: dá muito medo.
Prefiro a morte. Sem trocadilho. Por puro egoísmo.
Quando se casa, a gente ouve a famosa frase de que a morte é que irá nos separar.
Nunca pensei que a morte é que ia me afastar de alguém.
Ainda não penso. Não tenho medo dela no momento certo.
Tenho medo dela me tirar a essência da vida... antes do fim da vida....