sábado, 15 de novembro de 2014

E eu me apaixonei por ele!

Meninas não jogam bola.
Meninas não vão ao estádio.
Meninas não gostam de futebol.
Essas frases sem sentido foram jogadas pra mim a infância toda.

Não que eu tivesse talento pra bater uma bolinha...
Meu esporte preferido (na prática) sempre foi individual.
Não sou boa quando dependo dos outros.
Faço pra mim e o melhor de mim.
Mas não poder gostar de futebol era uma ooooutra história.

Meu problema sempre foi a paixão.
Uma geminiana que se preze precisa de paixão como você precisa de água.
E eu me apaixonei perdidamente por ele.
Quanto mais diziam que era impossível, mais eu o queria.
Mais eu desejava estar perto dele.

Depois de estar enlouquecida, chega o destino.
Sem ter a menor noção de como isso aconteceu, eu fui parar dentro do Mineirão.
No gramado.
Com um microfone nas mãos. E eu nunca tinha sonhado com isso.
Não conscientemente.

Eu estava ali! Pertinho dele... a taquicardia passou a me atacar.
O estádio dividido em duas cores. Duas torcidas.
Elas sabiam o que eu sentia... porque sentiam a mesma coisa.
Eram momentos santos. De magia pura.
Ele me completava como nenhum outro.

Até hoje o meu coração dispara quando eu dou de cara com ele.
Quando eu sei que vou vê-lo.
Me enfeito, me preparo, me acalmo.
Não seria a mesma, sem ele na minha vida.
E eu que tinha prometido nunca escrever aqui sobre futebol, me rendo.
Falei dele.
Porque pra falar de amor, eu preciso dele.
E pra falar de mim, também.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Até que a morte nos separe

Tenho ultimamente pensado bastante no tema.
O acidente fatal do candidato, vários autores queridos que se foram e uma pergunta angustiante no fim de semana:  você tem medo de que.
Rapidamente respondi: de nada.
Claro que falei sem pensar.
Tenho pavor de que algo aconteça a minha filha e tenho medo do que um estupro pode causar na minha cabeça...
Mas a morte.... não... a morte não entra nesta lista...
Sinceramente, não tenho nenhum medo de morrer.
Por fé, religião, convicção...não sei...
Fato é: este medo não me pertence.
Pra instigar ainda mais os meus dias desta semana, acabo de ler Elaine Brum que diz "o drama de quem alcançou a promessa de uma vida longa é a solidão de estar vivo numa vida que já morreu".
Taí outro medo que tenho.
Morrer antes de morrer.
Perder o sentido e o prazer de estar aqui.
Nunca (até hoje) fiquei pra ver a luz ser apagada. Eu saio antes. Pra não perder o sentido.
Imagine ficar em uma sala sem luz... sozinha... sem conseguir imaginar onde está a saída: dá muito medo.
Prefiro a morte. Sem trocadilho. Por puro egoísmo.
Quando se casa, a gente ouve a famosa frase de que a morte é que irá nos separar.
Nunca pensei que a morte é que ia me afastar de alguém.
Ainda não penso. Não tenho medo dela no momento certo.
Tenho medo dela me tirar a essência da vida... antes do fim da vida....





terça-feira, 15 de abril de 2014

Tempo

Inacreditável que a última vez que eu tenha vindo aqui tenha mais de um ano...
Jesus... um ano...
E a minha volta se deu porque eu fiquei sem voz e não consegui falar o suficiente pelo Facebook e Whatsapp, claro...tinha que falarrrrrrrr....preciso...
Aí lembrei e voltei... depois de um ano...
Foi ontem né e está tão distante.
Muito do que era MUITO importante pra mim, deixou de ser.
Muitos dos que eram MUITO importantes deixaram de ser.
Mas os melhores continuam por aqui, por causa de uma seleção natural do meu inconsciente.


Reli meus textos. 

Muitos deles tem um tom até infantil... (e isso tem apenas um ano!)
Porque hoje eu me sinto outra mulher, outra pessoa.
Talvez seja a arrogância de acharmos que estamos sempre melhores do que realmente estamos.
Mas o fato é que 365 dias mudam a gente.
Mudam as perguntas e as respostas. Os anseios. As buscas.
Deus não tinha nada na cabeça quando criou a gente deste jeito: um bicho sempre em busca de alguma coisa que não tem a menor idéia do quê e o porquê.
Os valores não mudam.
Acredito nas mesmas coisas que escrevi aqui.
E eu nem sei se isso é bom...
Nem a minha ausência aqui (por tanto tempo) pode ter sido boa.

Como diz o texto de Eliane Brum: "Escrever não é o que eu faço, é o que eu sou."

E eu preciso vir aqui para me organizar, questionar, perguntar e responder a mim mesma questões que o dia a dia me faz esquecer. 

Não mais 365 dias de ausência.
Nunca mais...
Nunca... até que novas respostas me tomem o tempo.... e me tirem daqui...