segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Mar doce mar


Era o amor mais improvável que eu poderia imaginar.
Uma mineira, cercada pelas montanhas, que vivia paixões entre cachoeiras... não poderia amar o mar.
É o que você pensou...
Era o que eu pensava também...
Não mentirei.
Flertava com ele, em alguns feriados e férias... amores de verão, sabem como é né...
Vem e vão entre as estações... nada fica.
Era a menina brincando de gente grande, mexendo com gente grande.
Uma imensidão de água que, um dia, mexeu comigo.
No começo, só observava... escutava...
Com o tempo comecei a falar também (sim ele mesmo me chama de louca porque converso com ele).
E a natação, que me aproximou de tantas piscinas e cachoeiras, nos tempos de cachoeiras...
me levou pra perto dele.
No começo éramos eu, ele e um monte de gente.
Divertido... provas de águas abertas... ele generosamente cedia espaço pra todo mundo...
Todos queriam dele o que eu queria também. A grandeza.
Ate o dia que ficamos eu e ele.
Sozinhos.
Não foi planejado. Foi um acaso. Foi assustador. Foi denso. Foi intenso.
Ele me abraçava e eu, com medo, fugia do lugar onde eu mais queria estar...
Me disseram que amor a gente não escolhe, acontece.
Se eu pudesse escolher, não seria ele.
O mar nunca será só meu.
Eu nunca serei só dele.
Vou vê-lo sempre porque preciso.
Talvez não mais como aquele dia...
Talvez nunca mais.
Talvez pra sempre.




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